O vínculo estabelecido entre eventuais mandantes e executores do 8 de janeiro de 2023 não está claro. Por isso, investigar quem não estava em Brasília no dia da invasão aos prédios dos Três Poderes, mas pode ter responsabilidade no crime, é muito complexo.
Essa é a avaliação de Carlos Eduardo Japiassú, professor de direito penal da UERJ (Universidade do Estado do Rio de Janeiro) e da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), sobre a 24ª fase da Operação Lesa Pátria, que mirou suspeitos de financiar e planejar os ataques golpistas. A ação da Polícia Federal, que ocorreu na quinta-feira (18), teve um deputado como alvo pela primeira vez. A suspeita é que Carlos Jordy (PL-RJ) tenha integrado esse grupo de mandantes ao ajudar a coordenar bloqueios de rodovias e acampamentos golpistas no Rio.
“Atos preparatórios, por si só, não são puníveis. Se o sujeito passar a vida inteira planejando um crime, mas nunca executá-lo, isso é no máximo um caso para terapia”, afirmou Japiassú ao Nexo. “Se ele organizou e estimulou acampamentos, é preciso provar que sua intenção era ir além disso.”
Na ação da Lesa Pátria, policiais apreenderam um laptop e documentos encontrados no gabinete de Jordy em Brasília e vasculharam outros endereços do deputado no Rio de Janeiro. Horas após o mandado de busca e apreensão, Alexandre de Moraes decretou a quebra dos sigilos telefônicos e telemáticos do parlamentar e de outros nove suspeitos de atuarem no planejamento dos ataques.
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